segunda-feira, 23 de abril de 2012

definições




Hoje estou leve, quase flutuável..Parece que li o roteiro da minha vida e descobri que a maioria dos acontecimentos são agradáveis.Serei feliz! Ainda mais. 

 

  Hoje, sinto falta sem sentir saudades.Saudades é uma palavra da língua portuguesa, sem tradução em outros idiomas. Engraçado isso... talvez porque é realmente difícil de explicar e até mesmo de sentir. Confunde-se muito saudade e falta

''...Talvez uma se cure antes da outra, talvez nenhuma das duas tenha cura. Ambas, no entanto, te trazem a sensação da angústia. Ambas acontecem apenas quando o objeto da saudade ou da falta, parece estar ali, na beirada da sua vida. Ambas te fazem esticar o braço com força, com toda a sua força, o máximo que pode, para alcançar aquilo que já não está mais ali, que é sombra, é marca d'água de powerpoint, e é por isso que dói.
  Sentir falta é pontual. Sentir falta é dor fina, dor de beliscão com unha, dor de anestesia de dentista. Sentir falta é mais específico.
 A dor da saudade é grande. É infecção generalizada. É uma gripe daquelas, uma dengue hemorrágica, uma pneumonia. A saudade não te deixa respirar. Não te permite trabalhar, te faz faltar o ar. É dor das grandes que te derruba de tal forma que, de repente, por mais que esteja sol, faz um frio de rachar na sua casa e você pode jurar que nunca - nunca - sairá de novo de dentro do seu edredon, porque suas forças acabaram ali, naquele instante, e não há mais nenhum fiapo de vontade, sequer para amarar um tênis. Isso é saudade. Saudade é contínua, falta é curta.
Saudade é pó, falta é pedra.
Saudade é soco no estômago, falta é puxão de cabelo.
Falta é daquilo que não está ali, e que deveria estar.A falta está na rotina, nas pequenas coisas concretas do dia a dia. Ela é pontual, mas pode aparecer todos os dias.

 A saudade e a falta, de formas diferentes, com dores distintas, clamam por aquilo que mais se teme.


A única solução possível é a mais temida, e serve para as duas: o esquecimento.''






Fonte: Crônica do Dia: SENTIR FALTA [Ana Coutinho]

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Ouvir e entender o tempo







Sabe quando você acorda no meio da semana achando que já é sábado? Hoje eu acordei assim. Não é uma sensação boa. Parece que perdemos parte do tempo.
Tempo... Anda brincando comigo ultimamente e a sensação é sempre essa, parece que estou perdendo tempo ou que ele se perdeu de mim. Como se me deixasse entre o passado e o futuro ali estacionada no presente.
‘‘Presente é um termo para designar o tempo do agora, que não é nem passado nem futuro. Como o tempo é algo que flui constantemente sem pausas, é impossível marcar o presente, pois a cada segundo que passa o presente vira passado e deixa espaço para outro presente, deixando o "presente" como todos conhecem algo ambíguo e com uma duração menor que um milésimo de segundo e ao mesmo tempo sendo constante e infinito por não deixar ninguém existir fora do presente atual. ’’
Talvez meu presente virou passado e eu nem percebi. É isso! Estou fora do meu presente e isso é péssimo, confuso e assustador. Tenho aquela sensação de sempre estar perdendo alguma coisa muito boa que acontece em algum lugar que, claro, eu não estou. É aquela história de estar no lugar certo na hora errada, no lugar errado na hora certa, ou pior, no lugar errado na hora errada. Quero acertar. Preciso acertar! Acertar em que? Por que? Será que estou mesmo errando?
‘‘Preocupação é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa. Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista. Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato. ’’
E eu sou a mistura de tudo isso.



Mariana Simplicio Martins